

marcas não famosas: diálogos
a instalação marcas não famosas: diálogos foi realizada em 2009 na galeria emma thomas que ficava em uma galeria comercial na rua augusta, tradicional centro de comércio de rua de são paulo. nas décadas de 1960 e 70, as lojas ofereciam produtos para as classes abastadas paulistanas, como atesta a música augusta, angélica e consolação do tom zé. em meados dos anos de 1970, as grandes galerias comerciais foram desbancadas pelos shopping centers que possuíam estacionamento. desde então, as galerias comerciais permaneceram abertas, mas o público e as lojas se transformaram. o processo do trabalho se iniciou em uma busca por lojas que tiveram de fechar por conta das transformações desses espaços da cidade. procurei por nomes de lojas cujos anúncios nos catálogos tiveram as menores durações de tempo nas listas telefônicas correspondentes ao período de declínio das galerias comerciais. convidei designers para criar novas logomarcas para estas “marcas-não-famosas” e reproduzi-as como pinturas nas paredes externas da galeria de arte. na entrada da galeria comercial instalei um painel com os nomes das lojas “reais”, incluindo o da galeria de arte e o das lojas “fantasmas”. o que diferencia um objeto artístico de um artesanato de luxo, se os processos de construção do trabalho e o circuito em que ele se insere não são também problematizados, de alguma maneira, pelo do próprio trabalho?







